Por Alessandro Luiz de França
Na última segunda-feira (25), a cidade de São Paulo comemorou 465 anos. Para celebrar a data, foram promovidos eventos simultâneos em diversos locais da capital paulista. No Parque da Independência não foi diferente, um grande palco foi montado para receber nomes consagrados da MPB: Flavio Venturini, Milton Nascimento e Lô Borges.
O show com entrada gratuita estava com início programado às 15 horas, mas as apresentações atrasaram por duas horas em decorrência da chuva que não deu trégua durante o evento. O público chegou aos poucos (muito fora do normal em dias de espetáculos no parque).
Por volta das 17h, a cantora mineira Érika Machado abriu a jornada musical, mas a banda pecou por conta do nervosismo, ao errar, por algumas vezes, o compasso das musicas. E para complicar, o som não estava muito nítido para o público, dificultando o entendimento das letras.
Na seqüência, o cantor e compositor Flavio Venturini apresentou-se com repertório da sua carreira solo e relembrou os sucessos de antiga banda “14 Bis”. O músico conseguiu se sobrepôs aos problemas técnicos e realizou uma boa apresentação, que contagiou o público.
O momento mais esperado da noite foi a entrada do cantor Milton Nascimento. Com sua voz linear e suave proporcionou um espetáculo que agradou a platéia (que naquele momento já tomava todo o parque) com canções que marcaram a sua carreira, tais como: Coração de Estudante, Canção da América, Maria-Maria e Caçador de Mim.
Durante os intervalos das músicas, a platéia se queixou com o cantor sobre a qualidade do som e ele, por diversas vezes, olhou para os operadores da mesa de som (ironia) pedindo para ajustar o áudio ao público. Apesar deste detalhe, os paulistanos estavam extasiados com a presença do ilustríssimo músico:
“Milton Nascimento faz parte de minha geração e de meus irmãos. Eu fiz questão de vir, é muito bonito vê-lo cantar”, disse o advogado Paulo Luniar Souza.
Para complementar, Milton chamou ao palco o cantor e compositor Lô Borges, que juntos, relembraram os sucessos dos discos Clube da Esquina 1 e 2. Borges cantou sozinho alguns de seus sucessos como a faixa Trem Azul, que foi imortalizada na voz de Elis Regina. Para a empresária Luciana Mayer o tempo de espera compensou:
“Há muito tempo eu queria ver a uma apresentação do Milton Nascimento, ele é sensacional! O Flavio Venturini e Lô Borges são fantásticos”
Após a maratona de shows o cantor Flavio Venturini recebeu o Blog Revista Nota Musical para uma entrevista exclusiva, confira.
1 – Como é tocar para o público paulistano?
A cidade de São Paulo é minha madrinha, mudei para cá em 1974. Apesar de ter tido uma passagem pelo Clube da esquina, em Belo Horizonte, foi em São Paulo que comecei minha carreira profissional e fundamos o 14 Bis. Algum tempo depois, fui para o Rio de Janeiro, mas nunca deixei de visitar São Paulo, sempre gostei demais dessa cidade. O carinho da platéia paulistana é muito especial, é um tipo de público muito interessado, ouve diversos estilos e que gosta da gente e nos dá força!
2- Quais são os projetos de Flavio Venturini para este ano?
Está programado um retorno para o 14 Bis, com a gravação de um DVD. Não será uma volta definitiva, mas um reencontro com meus amigos para comemorar os trinta anos da Banda. Paralelo a isso, devo continuar com a carreira solo e fazer um disco novo, assim que o meu estúdio estiver pronto.
3- Tanto na sua carreira solo como no 14 Bis, percebe-se uma preocupação entre harmonia e letra. Você consegue perceber essa produção nos jovens músicos de hoje?
A formação do jovem de hoje é muito em cima da música melódica, acho que o ritmo tomou conta. É até legal, mas falta um pouco da galera ouvir não só as coisas do Brasil, mas do mundo inteiro que tenha qualidade e melodia. É preciso que as pessoas ouçam as maravilhas que a MPB tem, como todos os estilos. Para um conhecimento amplo do universo dá música se faz necessário ouvir desde o samba, o rock até as músicas populares mais românticas. E se ouvirem, certamente vão gostar!
Confira os trechos do show:
4 comentários:
Milton Nascimento é um som refinado, mas pelo q vc descreveu o som não ajudou muito, não falou com ele??
Gosto do Flavio Venturini acho um puta músico assim como o Lô Borges!
boa matéria!
Olá Alessandro, como vai?
Não se vc vai lembrar de mim, te dei uma entrevista e inclusive você a publicou no texto a cima. Acabei de ver a matéria muito boa!Gostei de ter participado e achei muito interessante seu trabalho. Parabéns e Sucesso!
Aquele Abraço
Paulo Luniar
concordo com o que o Venturini disse, falta ouvido pra essa juventude que só faz barulho sem melodia..
Fantatisco, Alê!
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