REVISTA NOTA MUSICAL EM MAIS UMA ENTREVISTA EXCLUSIVA

Zélia Duncan prestigia show do Pato Fu em Santo André



Por:Alessandro Luiz de França

Enquanto o grupo Pato Fu se aquecia nos camarins, após a passagem de som, encontramos pelos bastidores uma fã ilustre da banda: Zélia Duncan, que veio do Rio de Janeiro, para prestigiar o show no Sesc Santo André. Com 25 anos de estrada musical, a cantora também dá seus passos no segmento independente e atualmente trabalha na divulgação de seu DVD “Pré-pós-tudo-bossa-band- O Show”. Zélia, que durante o show esbanjou simpatia, simplicidade e se juntou a animada platéia andreense, nos concedeu uma entrevista exclusiva, falando de sua carreira independente e da venda de músicas pela internet.

1-Muitos artistas optam pela carreira independente. Como você avalia isso?
Zélia:Hoje em dia, os artistas estão mais independentes e já nascendo sem contato com gravadoras, que “se acham” no meio desse processo. Apesar de fazer parte de uma gravadora, as relações mudaram muito e acho que cada um deve realmente procurar o seu caminho - é saudável para a sobrevivência do artista no Brasil.

2 - A venda de músicas pela internet tem se tornado constante no meio musical, você acha que essa tendência veio para ficar?
Zélia: Claro!...Mas ela é saída e armadilha ao mesmo tempo. Com a vinda da música na internet, a venda de CDs foi prejudicada, mas por outro lado, nos ajuda a divulgar nosso trabalho e todos procuram interagir com o mundo virtual, tirando bastante proveito disso. O artista precisa aprender a lidar com o prejuízo, que é enorme no Brasil, porque as pessoas se viciaram em se apropriar do que é do artista, achando normal e na verdade não é - tudo culpa das gravadoras que não tiveram a iniciativa de ensinar ao público que por R$1,00 pode-se ter música de qualidade, além de se pagar pelo serviço.

3- O público reclama do preço alto do Cd e alguns artistas se esforçam junto as suas gravadoras pra diminuir o custo. Este é um processo complicado?
Zélia: Para custear o valor do Cd, acho que a idéia é gravar um independente e tentar vendê-lo nos shows, mesmo assim, as pessoas cobram porcentagem “em cima” nos lugares onde você vai cantar. Então é muito complicado, porque o governo cobra impostos altíssimos sobre a obra do disco, cobra-se muito mais do que na produção do livro. O buraco é muito mais fundo e as pessoas se enganam, achando que é o artista que aumenta o preço do CD, mas não é. Queremos que o público tenha o disco, mas ai ficou fácil baixar música de graça, virou uma grande loucura e todos nós fomos prejudicados.

4-Quais são os projetos da Zélia Duncan para o futuro?
Zélia:O projeto mais importante é o meu disco novo, que não faço desde o “Pré-pós-tudo-bossa-band” de 2005. Agora em 2009, eu gravo um disco de inéditas, como diz meu amigo Paulinho Moska “Tudo é novo de novo”.

Agradecimentos:

Zelia Duncan-Pela sua simpatia e contribuição para o nosso trabalho.