terça-feira, 23 de março de 2010

Temporada de musica percussiva agita o ABC


Por Alessandro Luiz de França

Paralelo ao circuito musical de São Paulo a região do grande ABC propicia muita música e forma um celeiro de bons músicos que acabam indo tocar com diversos nomes da nossa música.

Um exemplo é o trompetista Bocato (morador da cidade de Santo André) que tem em seu currículo uma extensa bagagem de colaborações com profissionais da música.

É o mesmo caso do percussionista Dalua - Sua história não é diferente de seu conterrâneo, a habilidade adquirida para a música possibilitou-lhe tocar com expoentes da MPB como Milton Nascimento, Toquinho, Lenine entre outros.

Durante este mês março, Dalua apresenta - se com sua banda Lado da Lua no Tênis Clube Santo André com a temporada de música percussiva, evento que já teve convidados como Jair Rodrigues, Simoninha e para esta próxima terça - feira(23) contará com a participação do cantor e compositor Jair Oliveira (Jairzinho).

O Blog Revista Nota Musical esteve por lá na ultima terça – feira (16) conferiu uma dessas Apresentações.

O Show
Com casa cheia a banda Lado da Lua proporcionou um espetáculo diferente com repertório eclético de MPB, Rock e Samba misturando instrumentos elétricos, percussão e beribal.

O grupo formado por Dalua (percussão e voz), Emilio Martins (percussão), Elder Costa (guitarra e voz), Marcelo Resende(cavaquinho e voz), Edy Trombone (trombone, bombardino e percussão), Dr. Otávio (contrabaixos acústico e elétrico), não deixou o ritmo da apresentação cair - a temática da capoeira também fez parte do repertório, além de contar com a encenação de capoeiristas algumas canções.

O palco era pequeno, a boa iluminação e a qualidade do som contribuíram para o bom espetáculo. Para quem imagina que essa estrutura caminha com auxílio de gravadora se engana, tudo é feito de forma independente como enfatiza Dalua “Trabalhar de forma independente é difícil, trabalhoso e sobre tudo é um grande aprendizado.”

A dinâmica entre a banda e o público era visível, na metade do show o cantor e compositor Paulo Ricardo foi chamado ao palco para uma participação especial e relembrou canções de Gilberto Gil, Caetano entre outros.

“O publico Brasileiro é sempre carinhoso conosco e aqui no ABC não é diferente. Eu gosto de vir tocar na região sempre que posso e tocar com a banda Lado da Lua será uma experiência muito interessante”. Declarou Paulo Ricardo momentos antes de sua apresentação.

Ao final do show a platéia aplaudiu de pé os músicos. Foi a prova de como a musica é capaz de para entreter e unir estilos diferentes.
Confira abaixo o trecho do Show:

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

São Paulo comemora aniversário com música

Por Alessandro Luiz de França

Na última segunda-feira (25), a cidade de São Paulo comemorou 465 anos. Para celebrar a data, foram promovidos eventos simultâneos em diversos locais da capital paulista. No Parque da Independência não foi diferente, um grande palco foi montado para receber nomes consagrados da MPB: Flavio Venturini, Milton Nascimento e Lô Borges.

O show com entrada gratuita estava com início programado às 15 horas, mas as apresentações atrasaram por duas horas em decorrência da chuva que não deu trégua durante o evento. O público chegou aos poucos (muito fora do normal em dias de espetáculos no parque).

Por volta das 17h, a cantora mineira Érika Machado abriu a jornada musical, mas a banda pecou por conta do nervosismo, ao errar, por algumas vezes, o compasso das musicas. E para complicar, o som não estava muito nítido para o público, dificultando o entendimento das letras.

Na seqüência, o cantor e compositor Flavio Venturini apresentou-se com repertório da sua carreira solo e relembrou os sucessos de antiga banda “14 Bis”. O músico conseguiu se sobrepôs aos problemas técnicos e realizou uma boa apresentação, que contagiou o público.

O momento mais esperado da noite foi a entrada do cantor Milton Nascimento. Com sua voz linear e suave proporcionou um espetáculo que agradou a platéia (que naquele momento já tomava todo o parque) com canções que marcaram a sua carreira, tais como: Coração de Estudante, Canção da América, Maria-Maria e Caçador de Mim.

Durante os intervalos das músicas, a platéia se queixou com o cantor sobre a qualidade do som e ele, por diversas vezes, olhou para os operadores da mesa de som (ironia) pedindo para ajustar o áudio ao público. Apesar deste detalhe, os paulistanos estavam extasiados com a presença do ilustríssimo músico:

“Milton Nascimento faz parte de minha geração e de meus irmãos. Eu fiz questão de vir, é muito bonito vê-lo cantar”, disse o advogado Paulo Luniar Souza.

Para complementar, Milton chamou ao palco o cantor e compositor Lô Borges, que juntos, relembraram os sucessos dos discos Clube da Esquina 1 e 2. Borges cantou sozinho alguns de seus sucessos como a faixa Trem Azul, que foi imortalizada na voz de Elis Regina. Para a empresária Luciana Mayer o tempo de espera compensou:

“Há muito tempo eu queria ver a uma apresentação do Milton Nascimento, ele é sensacional! O Flavio Venturini e Lô Borges são fantásticos”

Após a maratona de shows o cantor Flavio Venturini recebeu o Blog Revista Nota Musical para uma entrevista exclusiva, confira.

1 – Como é tocar para o público paulistano?
A cidade de São Paulo é minha madrinha, mudei para cá em 1974. Apesar de ter tido uma passagem pelo Clube da esquina, em Belo Horizonte, foi em São Paulo que comecei minha carreira profissional e fundamos o 14 Bis. Algum tempo depois, fui para o Rio de Janeiro, mas nunca deixei de visitar São Paulo, sempre gostei demais dessa cidade. O carinho da platéia paulistana é muito especial, é um tipo de público muito interessado, ouve diversos estilos e que gosta da gente e nos dá força!

2- Quais são os projetos de Flavio Venturini para este ano?
Está programado um retorno para o 14 Bis, com a gravação de um DVD. Não será uma volta definitiva, mas um reencontro com meus amigos para comemorar os trinta anos da Banda. Paralelo a isso, devo continuar com a carreira solo e fazer um disco novo, assim que o meu estúdio estiver pronto.

3- Tanto na sua carreira solo como no 14 Bis, percebe-se uma preocupação entre harmonia e letra. Você consegue perceber essa produção nos jovens músicos de hoje?
A formação do jovem de hoje é muito em cima da música melódica, acho que o ritmo tomou conta. É até legal, mas falta um pouco da galera ouvir não só as coisas do Brasil, mas do mundo inteiro que tenha qualidade e melodia. É preciso que as pessoas ouçam as maravilhas que a MPB tem, como todos os estilos. Para um conhecimento amplo do universo dá música se faz necessário ouvir desde o samba, o rock até as músicas populares mais românticas. E se ouvirem, certamente vão gostar!

Confira os trechos do show: